"Com a Copa do Mundo acontece o contrário da maioria dos esportes. Roland Garros ou Wimbledon, a série Mundial de beisebol, as finais do NBA ou o Superbowl expressam o melhor de cada disciplina. Na Copa do Mundo, todavia, se joga muito mal, pior que nas instâncias normais do futebol. Ainda com a emoção e a especulação, é bem superior a Champions League e nem falar das definições dos campeonatos nacionais. Já foi diferente, mas ninguém espera ver bom futebol na Copa, nem que seja igual ao Mundial da Suiza 54 ou México 70. Toda a emoção se limita à adrenalina gerada diante da expectativa pelo ganhador nos jogos das fases eliminatórias. Nas ultimas copas, acabei me conformando com coisas ridículas, tipo que os jogos não sejam definidos nos pênaltis. Embora todo o exposto, o espetáculo de segunda categoria está cada vez mais popular.
A praga nacionalista globalizada, com as suas conotações totalitárias, se manifesta nos Mundiais como em poucos eventos humanos. Hordas de bêbados e mentes infantis encontram cada quatro anos a possibilidade de deixar que apareçam os seus piores instintos. Tem alguma coisa assustadora e inevitável neste folclore para sub-normais.
Se Argentina ganhar a Copa ou sair vice, deveremos suportar os excessos maradonianos por outros quatro anos. Se isso não acontecer, passaremos do misticismo ao cientificismo e assitiremos o retorno de Bielsa, de quem leio no jornal proibiu os seus jogadores o sexo, o Facebook, a internet à noite e falar com jornalistas, alem de enviar a imprensa assistir os treinos chilenos desde um morro localizado a um quilometro de distancia e suspender a ultima coletiva porque um cinegrafista pegou imagens ‘desde um lugar não autorizado’ . As vezes penso que se Maradona é o técnico adequado para os Kirchner, o Bielsa é perfeito para Pinochet.
Mas não somente devemos sofrer com Maradona e Bielsa. Os técnicos mais especulativos e desagradáveis parecem ter achado o caminho para todas as seleções nacionais. Começando pelo desprezível Dunga e continuando com Parreira, Tavares, Domenech, Aguirre, Rehhagel (aquele que ganhou a Eurocopa com Grécia, colocando uma linha de cinco na defesa), Capello, Lippi, Eriksson. Os outros, com a honrosa exceção de Del Bosque, não os conheço, mas devem ser a mesma coisa.
Para piorar tudo, vão jogar com uma bola impossível de ser dominada. A FIFA, além de ser corrupta, está integrada por imbecis. Fabricam bolas cada vez mais difíceis de controlar pelos jogadores e de pegar pelos goleiros, em parte graças à incompetência da empresa fornecedora, mas também porque supostamente querem favorecer o aumentos de gols. Mas ao mesmo tempo proíbem a paradinha nos pênaltis (alguém pode me explicar o que a paradinha tem de errado?) e, acima de tudo, insistem na modificação da Lei do Impedimento, que não habilita aqueles que estão adiantados no rebate da bola, idéia ótima para anular uns dois gols por jogo.
Faltam poucas horas."
Confesso que eu entro na categoria do monstro chauvinista que se transforma a cada quatro anos. Mas não posso deixar de reconhecer que o cara está com a razão. Ele falou ainda mais coisas ruins da Copa. Quem quiser ver todas elas, em espanhol, está aqui.
Um comentário:
Na Copa dou férias ao meu senso crítico. Viva Dunga! Viva Maradona! Viva os bêbados! Viva a bola da Fifa!
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