sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Censura da Mult TV faz Mercearia Campista fechar suas portas definitivamente

Foi bom, muito bom mesmo, enquanto durou. Mas a Mult TV não cumpriu o acordo firmado à moda dos homens decentes: apenas na palavra. E o acordo continha somente uma cláusula, a de que o programa não seria censurado.

Então chegou o dia em que veio a censura, justamente na edição que marcava a volta depois de algumas semanas fora do ar (período em que a TV perdeu todos os equipamentos e teve que obter recursos para comprar novos).

Do programa veiculado nesta semana foi cortado, por decisão da Mult TV, uma referência jocosa que fiz em relação a outro programa da casa, o Edimelo Apresenta. A situação é incrivelmente cândida, e é até difícil supor que seja ela mesmo a razão para a censura ao programa. Álvaro faz uma daquelas cenas brincalhonas de costume e eu comento algo como "desse jeito você vai acabar no Edimelo". Digo "algo como" porque realmente não me lembro da citação exata, e nem mesmo lembrava que ela havia sido feita.

Na edição, veio a ordem para cortar a minha brincadeira com o Edimelo (que não conheço, até me parece boa gente, e creio até que, pelo bom humor que demonstra no programa, não teria se importado, assim como nós na Mercearia sempre rimos dos nossos próprios defeitos, falhas e limitações, tendo até mesmo lido no ar e-mails que esculhambavam com a gente).

O comentário é tão sem importância que, não fosse o Gustavo nos chamar a atenção para o corte, sinceramente eu não teria percebido.

Mesmo assim, decidimos (eu, Álvaro Marcos e Ricardo André) que não poderíamos aceitar o precedente de ter as nossas opiniões controladas por censuras idiossincráticas. Sem falsa modéstia, não precisamos disso e não concordamos com isso [como, a propósito, preconiza o inciso III do artigo VII do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros]. Diferentemente de nós, o Gustavo Oviedo, único da Mercearia que é funcionário da Mult TV, e único de nós que não é jornalista, disse ter "entendido" as razões da emissora.

Lamento muito a necessidade dessa decisão. Gostava muito, repito, de fazer o programa. Passamos nele ótimos momentos e eu até mesmo cheguei a ter esperanças de que algo poderia ser diferente numa TV Comunitária. Nos enganamos. Mas, enfim, fizemos a nossa parte, enquanto foi possível.

2 comentários:

Gustavo Rangel disse...

xiiiiiii
que pena!

Anônimo disse...

Vítor, com todo o respeito,
mas como se diz popularmente: baixe sua bolinha porque você não é isso tudo companheiro. Um pouco de amadurecimento profissional seria bom para você. E mais: querer ser estrelinha num quintal fraquinho e mesmo assim não conseguir? Se toca e me poupe.